A notícia que está agitando o mundo da energia e da tecnologia, dessa vez, vem dos Estados Unidos. Descobriram lá o que pode ser uma das maiores reservas de lítio do planeta.
Os EUA estão comemorando a notícia. O país, que até pouco tempo estava perdendo espaço para a China na indústria de baterias e carros elétricos, agora respira um pouco mais aliviado. Já são três grandes reservas de lítio descobertas no país.

A cratera McDermitt, local da recente descoberta de lítio
A Cratera McDermitt, um lugar quase esquecido, fica na fronteira entre Nevada e Oregon, nos EUA. Geólogos, que vêm estudando a área há tempos, estimam que esse antigo vulcão pode guardar algo entre 20 e 40 milhões de toneladas de lítio, o que poderia chegar à incrível cifra de U$ 1,5 trilhão.
Pra se ter uma ideia, a Bolívia, com seu Salar de Uyuni, era vista como a detentora da maior reserva, com cerca de 21 milhões de toneladas. Se os dados da McDermitt se confirmarem, o cenário global muda completamente.
A diferença é que esse lítio de McDermitt não está em salmouras, mas em argila rica em ilita. Isso sugere um método de extração diferente, talvez mais rápido e com um impacto ambiental menor do que as técnicas que dependem de longos períodos de evaporação em salinas. A promessa é de menos tempo e custo pra levar o metal ao mercado.

Arkansas Também Entra no Jogo do Lítio
As boas notícias para os estadunidenses não param por aí. Lá no estado do Arkansas, também foram encontradas reservas consideráveis de lítio. O lítio por lá se encontra em salmouras, num tipo de formação que o pessoal chama de Smackover, bem debaixo da terra.
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS), a reserva de lítio do Arkansas pode conter algo entre 5 a 19 milhões de toneladas de lítio! Se a pesquisa se confirmar, com
Grandes nomes, tipo a ExxonMobil, já estão de olho e se mexendo. A ideia é começar a tirar o lítio lá por 2027. A meta é bem ousada: querem produzir lítio suficiente pra mais de um milhão de carros elétricos por ano até 2030. Essa é mais uma tentativa dos EUA de puxar o tapete da China nessa nova corrida pelo lítio.

E o lítio da Califórnia?
Os cientistas da Barkeley Lab identificaram, no Salton Sea, reservas de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de lítio, dos quais, cerca de 2,6 milhões de toneladas podem ser recuperados. Com tanto lítio, poderiam ser produzidas cerca de 375 milhões baterias para carros elétricos.
A expectativa é de que a extração do lítio seja feita de forma mais sustentável, retirado à partir da salmora quente dos aquíferos geotérmicos.

Quanto lítio os EUA descobriram recentemente?
Se juntarmos todos os dados disponíveis, estima-se um total de 27,6 milhões de toneladas, em um cenário mais pessimista e cerca de 62,4 milhões de toneladas, no cenário mais favorável. Mas, é claro, com toda essa corrida do lítio, os números divulgados podem não corresponder à realidade. Fato é, que EUA e China hoje, disputam pela hegemonia na produção de componentes eletrônicos, e toda informação deve ser duplamente checada e confirmada.
A Corrida do Lítio: desafios importantes
Essa nova fase dos EUA em busca da chamada “autosustentabilidade” na produção de componentes elétricos não será fácil. Nesse sentido, aqui estão alguns desafios que este empreendimeno pode apresentar:
1. Tirar da Terra: até o momento, nada muito concreto foi iniciado, no entanto, a mídia estadunidense está divulgando a chamada “extração direta”. A ideia é que seja mais eficiente, mais ágil e com menos impactos. Por ser uma tecnologia ainda não completamente desenvolvida, é necessário testar seu uso em escala.
2. Cuidado com a Natureza: Com a agenda ESG se expandindo, o cuidado com o meio ambiente é uma peça chave na exploração de novas áreas minerais e novas tecnologias. A mineração sempre envolve uma série de preocupações, e para explorar essa enorme quantidade de lítio, o governo deve garantir que os riscos sejam os menores possíveis. Há ainda, uma intensa preocupação, pois a região é habitat de espécimes únicas, como a truta-cutthroat de Lahontan e a tetraz-das-artemísias.
3. Aprovação da Comunidade: como a cratera McDermitt está localizada em uma área considerada sagrada para os povos originários daquela região. Por si só, esse é um gargalo e tanto para os EUA, e, qualquer iniciativa deste porte deverá ter o apoio da comunidade.
Com as recentes descobertas, o que muda nessa corrida global?
No fim das contas, achar essas reservas muda tudo. É um marco e tanto. Pode dar um fôlego gigante pra mudança da energia no mundo. De repente, os Estados Unidos se veem com uma chance enorme de virar um protagonista ainda maior nesse mercado. É uma história que mal começou, e que promete redesenhar como a gente vai usar energia daqui pra frente.