Os rubis naturais e perfeitos são extremamente raros. A cor “sangue de pombo”, livre de inclusões, costuma vir acompanhada de cinco ou seis dígitos na etiqueta. Por isso, quase todo rubi encontrado no mercado hoje passou por algum tipo de tratamento.
Mas o que isso realmente significa?
👉 É falsificação?
👉 Prejudica a durabilidade?
👉 Muda o valor da pedra?
Neste post, vamos explicar, de forma clara e confiável, os principais tratamentos aplicados aos rubis, como identificá-los e como isso afeta a sua escolha — seja para uso pessoal, joia de família ou investimento.

Tratamento térmico: o mais comum (e o mais aceito)
O rubi é uma variedade do mineral coríndon, formado sob condições geológicas específicas. Quando extraído, pode conter manchas, inclusões, trincas ou cores pálidas. Para melhorar sua aparência, a indústria usa o aquecimento controlado.
Esse processo é tão tradicional que, segundo o GIA (Gemological Institute of America), mais de 90% dos rubis em circulação são aquecidos em laboratório.
O que o tratamento térmico faz?
- Realça a cor (deixando mais viva ou uniforme)
- Dissolve ou suaviza inclusões internas
- Melhora a transparência
📌 É amplamente aceito no mercado e não reduz a durabilidade da gema.
Mas atenção: precisa estar declarado no certificado gemológico, com a descrição “aquecido” ou “heat treated”.

Difusão de berílio: cor artificial que gera polêmica
Esse tratamento é mais recente e muito mais invasivo. A pedra é exposta a altas temperaturas com a adição de berílio, que penetra os cristais e altera a cor artificialmente — muitas vezes de forma drástica.
💡 Rubis pálidos ou mesmo incolores podem ganhar tons vivos de vermelho ou laranja-rosado.
O problema? A coloração gerada não é estável nem natural — ela está concentrada apenas na superfície da pedra.
Ao lapidar ou desgastar, a cor pode se perder.
🔍 Esse tipo de rubi costuma ter preço muito inferior e deve vir com a descrição “treated by beryllium diffusion”.
Preenchimento com vidro de chumbo: os mais frágeis
Outro tipo comum é o preenchimento de fraturas com vidro de chumbo, usado em rubis muito rachados ou quase “semimortos”.
As fissuras são preenchidas com vidro para melhorar a aparência e a transparência.
Parece milagre, mas tem um custo:
- A pedra se torna extremamente frágil
- Pode se quebrar com calor, produtos de limpeza ou ao ser repolida
- O brilho fica com aspecto vítreo, meio artificial
📉 Esses rubis são vendidos por valores bem mais baixos — e jamais devem ser confundidos com rubis naturais de alto padrão.

Rubis compostos ou “sintéticos de três partes”
Outro ponto que confunde muita gente é o rubi composto, feito com partes coladas: uma camada de rubi natural, outra de vidro ou outro material artificial. Algumas joias, especialmente vindas de fora do Brasil, usam essas pedras sem informar corretamente.
💬 Segundo reportagem do The Times (2022), aumentou o número de fraudes com rubis montados, vendidos como naturais. A recomendação é clara: exigir laudo técnico antes de qualquer compra.
Como identificar um rubi tratado?
Nem sempre dá para ver a olho nu, mas aqui vão alguns sinais:
- Vidro de chumbo: bolhas internas, brilho “molhado”, reflexos azulados
- Difusão de berílio: cor muito uniforme, sem zonamento, tons alaranjados estranhos
- Aquecido: visualmente natural, mas sem incluir linhas finas internas que rubis sem tratamento costumam ter
👉 Para ter certeza absoluta, só com análise gemológica. Laboratórios como GIA, IGI, SSEF ou IBGM no Brasil podem emitir um certificado confiável.
Certificado: essencial para quem quer valor e segurança
Comprar um rubi sem laudo é como comprar um imóvel sem escritura.
O certificado gemológico te protege de fraudes e mostra:
- Origem (natural, sintético ou composto)
- Tipo de tratamento (ou ausência dele)
- Peso, dimensões e outras características físicas
- Grau de pureza e tonalidade
📌 Rubis naturais sem nenhum tratamento são extremamente raros e valem muito mais. Já os aquecidos ainda mantêm bom valor, desde que certificados. Rubis com difusão ou vidro devem custar menos — e exigir mais cuidado.

No fim das contas, rubi tratado é “falso”?
Não. Tratamento não significa falsificação, mas sim uma forma de tornar a pedra mais apresentável ao mercado. O problema está em não dizer a verdade ou cobrar como se fosse uma gema premium.
✔️ Um rubi tratado e bem informado no laudo é uma boa escolha para joias do dia a dia
⚠️ Já um rubi sem certificado, de origem duvidosa, pode significar prejuízo ou arrependimento
🔗 Dica extra: Leia o Guia Definitivo do Rubi
Se você quer se aprofundar em rubis, sua história, origem e preços, não deixe de conferir o Guia Completo do Rubi aqui no site. É leitura obrigatória para quem ama gemas ou quer comprar com segurança.
Conclusão
O rubi é uma das pedras mais fascinantes do planeta — mas também uma das mais manipuladas. Saber reconhecer os tipos de tratamento, exigir laudo técnico e entender o que cada técnica significa é o caminho para fazer uma escolha inteligente e segura.
E lembre-se: não existe milagre no mercado de gemas. Se parece bom demais, investigue.